Eba, eu trabalho fora!

Não sinto culpa por trabalhar fora. Sim, ao contrário do que costumo ler, ver e ouvir, não sou dessas profissionais que ficam culpadas por não ter tempo para os filhos. O que é ter tempo para os filhos? Ficar 24 horas por dia com eles? Eu tenho tempo sim para meus filhos, apesar de trabalhar o dia todo. Primeiro, sempre tomo café da manhã com eles e saio para trabalhar com minha filha mais velha me fazendo "tchau" no portão. Quando chego de volta, à noite, ela está linda, brincando, feliz. Então, brinco com ela, converso (ela me conta seu dia e vice-versa) e a coloco para dormir. Nos fins de semana não trabalho. Mas nem por isso fico com meus filhos pra cima e pra baixo, em cinema, teatro, parques, inventando mil programas infantis para fingir que estou com eles. Simplesmente fico com eles, fazemos coisas juntos, que pode ser ir ao teatro, cinema ou ao supermercado. Brincar no parque ou cozinhar juntos o almoço. E aí, sempre que estou com eles, estou 100%, estou com vontade de estar, estou feliz, estou brincando e relaxando. Sou do tipo que não seria feliz ficando em casa - e não tenho nada contra quem é. Nunca vou esquecer da volta ao trabalho depois de ter minha primeira filha. Estava sofrendo, pois claro que não  é fácil deixar o filho depois de 6 meses de licença. Liguei pra minha mãe, chorando, e comecei a dizer que não sabia se queria voltar a trabalhar. Ela, que me conhece melhor que ninguém, então me falou aquilo que nunca vou esquecer: "Daqui a pouco tempo, ela não precisará tanto de você como hoje. E aí, quando este dia chegar, você vai fazer o quê?"

Outras vantages de trabalhar fora:

1) Dou ótimo exemplo para meus filhos, pois quero que eles sejam profissionais felizes também;
2) Sou financeiramente independente e meus filhos têm o famoso 'pé de meia';
3) Meus filhos são seguros e independentes. Esse quesito merece uma explicação mais longa: como sabem que vou e sempre volto, eles ficam bem com outras pessoas. Minha filha mais velha dorme na casa de amigos, avós e tios, viaja sozinha, vai a aniversários sozinha. Na escola, não precisou de adaptação. Eu a levei a primeira vez, a deixei na classe, olhei nos olhos dela bem fundo e disse: "Mais tarde a mamãe volta para buscar você". Ela perguntou: "Você vem me buscar mesmo?" Eu reiterei: "Claro, eu volto". Pronto, ela me deu tchau e foi brincar.

Enfim, não dá atualmente para criar os filhos como nossas avós. Nem como nossas mães, que já trabalhavam fora em muitos casos, mas viviam em outra cidade, uma São Paulo completamente diferente. Assim, temos de achar nosso caminho, encontrar o meio termo e sermos felizes. Só assim acredito que efetivamente educaremos bem nossos filhos e os transformaremos em bons seres humanos! Concordam?